Escola nórdica. Os países escandinavos deram ao cinema mudo grandes diretores, que abordaram temas históricos e filosóficos. Entre os mais célebres estão os suecos Victor Sjösrrörn e Mauritz Stiller e os dinamarqueses Benjamin Christensen - autor de Hexen (1919; A feitiçaria através dos tempos) - e Carl Theodor Dreyer, que, após Blade afsatans bog (1919; Páginas do livro de Satã), dirigiu, na França, sua obra prima, La Passion de Jeanne D'Arc (1928; O martírio de Joana D'Arà, e Vampyr (1931), co-produção franco-alemã.
Cinema soviético. Os últimos anos do czarismo, a indúsrria cinematográfica da Rússia era dominada por estrangeiros. Em 1919, Lenin, o líder da revolução bolchevique, vendo no cinema uma arma ideológica para a construção do socialismo, decretou a nacionalização do setor e criou uma escola de cinema estatal.
Assentadas as bases industriais, desenvolveram-se temas e uma nova linguagem que exaltou o realismo, Destacaram-se o documentarista Dziga Verrov, com o kino glaz ou "câmara-olho", e Lev Kulerchov, cujo laboratório experimental ressaltou a importância da montagem. Os mestres indiscutíveis da escola soviética foram Serguei Eisenstein, criador dos clássicos Bronenósets Potiomkin (1925; O encouraçado Potemk) que relatava a malograda revolta de 1905; Okt) (1928; Outubro ou Os dez dias que abalaram o mundo), sobre a revolução de 1917; e Staroye i novoye (1929; A linha geral ou O velho e o novo), criticado pelos políticos ortodoxos e pela Enciclopédia soviética como obra de experimentos formalistas.
Discípulo de Kuletchov, Vsevolod Pudovkin dirigiu Mat (1926; Mãe), baseado no romance de Maksim Gorki; Konyets Sankt-Peterburga (1927; 0 fim de São Petersburgo) e Potomok Chingis-khan (192 ; Tempestade sobre a Ásia ou O herdeiro de Gengis-Khan). O terceiro da grande tríade do cinema soviético foi o ucraniano Aleksandr Dovzhenko, cujos filmes aclamados foram Arsenal (1929), Zemlya (1930: A terra), poema bucólico, e Aerograd (1935).
Cinema italiano. A indústria italiana do cinema nasceu nos primeiros anos do século XX, mas só se firmou a partir de 1910, com épicos melodramas e comédias de extraordinária aceitação popular. O primeiro encontro entre a cultura e o cinema na Itália teve a participação do escritor Gabriele D' Annunzio e culminou quando ele se associou a Giovanni Mastrone (na tela, Piero Fosco) em Cabiria, em 1914, síntese dos superesperáculos italianos e modelo para a indústria cinematográfica da década de 1920. Nesse filme, Pastrone usou cenários gigantescos, empregou pela primeira vez a técnica do travelling, fazendo a câmara deslocar-se sobre um carro, e usou iluminação artificial, fato notável para a época.
Entre os títulos mais famosos do período estão Quo Vadis?, de Arturo Ambrosio, Addio giovinezza ((1918; Adeus, mocidade) e Scampolo (1927), de Augusto Genina, ambos baseados em peças teatrais; Dante e Beatrice (1913), de Mario Caserini, vesõs de Gli ultimi giorni di Pompei (1913; Os últimos dias de Pompeia), de Enrico Guazzoni, e outros.